Em meio à máfia japonesa, existe um homem masoquista e ninfomaníaco espiado por subordinados e usado constantemente por outros membros da organização como “banheiro público”. Apesar das atitudes sem pudor, Yashiro está entre os membros de alto escalão de um grupo poderoso e não tem nenhuma uma vergonha de seu estilo de vida, isso faz com que ele não deixe o fato de já ter feito sexo com vários dos homens que encontra diariamente abalar a sua liderança ou ameaçar sua posição no grupo.
Mesmo com uma personalidade distorcida, tem uma regra própria de não fazer sexo com seus subordinados, mas Doumeki, seu novo guarda-costa, chama bastante sua atenção ao descobrir que tão perto dele existia um homem que não conseguia ter uma ereção, contrastando totalmente com sua necessidade constante por sexo, o que o faz ficar fascinado por “testar” sua impotência. Para Doumeki que se viu interessado à primeira vista pelo seu chefe, que era o homem mais bonito que já tinha visto, sua impotência não durou muito tempo.
Doumeki começa a ter sentimentos por Yashiro e vê a relação conturbada que os dois têm ameaçada caso isso venha à tona. O medo o faz se esconder atrás de uma máscara de guarda-costas devoto e protetor que é obrigado a ver o comportamento sexual destrutivo da pessoa que está apaixonada e perceber que Yashiro não é incapaz de amar, mas seus sentimentos não são direcionados a ele.

Ao decorrer da história, nos deparamos com o motivo pelo qual Yashiro e Doumeki têm posições tão extremas ao convencional em relação ao sexo. Os dois passaram por diferentes traumas sexuais que definiram grande parte da sua personalidade e como interagem com o mundo.
Quanto mais nos aprofundamos na personalidade de Yashiro percebemos que sua necessidade de ser machucado e desprezado por outros é para manter calada a história do seu passado que frequentemente tenta ser recordada por sua mente. A tentativa de dizer que não importa, mas que carrega a melancolia de uma vida que ele não pôde escolher ter. Agora cercado pela violência do mundo da yakuza, não espera mais ter salvação ou viver algo como amor, o que torna o desenrolar da relação dos protagonistas ainda mais difícil.
Ambientado em meio a guerras de gangue, traições dentro da organização e disputas constantes por território, Saezuru Tori ha Habatakanai, ou Pássaros que cantam não podem voar, nos dá um vislumbre do que seria a máfia japonesa, sendo um plano de fundo para um romance sofrido de cura e devoção. Temos bastante violência (física, sexual e psicológica) e gatilhos durante toda a obra. Seria possível um final feliz em um mundo em que a única salvação seria a morte?
O mangá é publicado atualmente pela newpop e o começo da obra foi adaptado para filme, disponível na netflix. Por favor não assista na sala de casa a não ser que esteja sozinha.
Não é uma história leve, mas vale a pena ler e/ou assistir. Os personagens foram muito bem escritos e conseguimos sentir empatia, mesmo que seja uma realidade tão distante para boa parte das pessoas.

Sinopse: Yashiro, chefe do Grupo Shinsei da máfia e diretor da Shinsei Empreendimentos, além de um homem sensual, pervertido e masoquista. Uma pessoa que nunca demonstra seus verdadeiros sentimentos e está sempre manipulando as pessoas à sua volta. Mas mesmo ele tem uma regra que segue à risca: jamais ficar com um de seus subordinados. Mas logo surge Doumeki, um rapaz alto e cara séria, que é incumbido de ser seu assistente e guarda-costa. Algo nesse homem impassível o atrai e Yashiro tenta seduzi-lo, mas Doumeki tem uma razão que o obriga a recusar. Yashiro vive com autocontradições, e Doumeki o obedece de forma sincera até demais. Assim se inicia a história de dois homens que carregam um grande fardo…

Você pode ler esse mangá em:
- NewPop ( Versão em português)
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